Pensando


...a Terapia Expressiva


Logoterapia: Mudança de rota de navegação

Viktor Emil Frankl (Viena, 26 de março de 1905 — Viena, 2 de setembro de 1997) foi um médico psiquiatra austríaco, o fundador da Logoterapia, um sistema teórico – prático de psicologia que se tornou mundialmente conhecido a partir de seu livro "Em Busca de Sentido" (Um Psicólogo no Campo de Concentração) no qual expõe suas experiências nas prisões nazista e lança as bases de sua teoria. O termo "logos" é uma palavra grega que significa "sentido". Para Viktor Frankl, a Logoterapia concentra-se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por este sentido. A busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora no ser humano.


A seguir suas palavras em entrevista a Mr. Roy Bonisteel para a série de TV canadense “Man Alive”, em 2009: “A lição que a gente poderia aprender seja em Auschwitz seja em quaisquer outros campos de concentração, em última análise, foi: aqueles que estavam orientados segundo a concepção de que havia um sentido na vida, em direção a uma realização que deveria ser executada por eles no futuro foram aqueles que tinham mais chances de sobreviver. E isto foi posteriormente confirmado por psiquiatras da marinha e do exército americano - em campos de prisioneiros de guerra japoneses, nos campos similares da Coréia do Norte, e recentemente nos campos de prisioneiros de guerra Norte vietnamitas. Na Universidade Internacional de San Diego, Califórnia, eu tive três oficiais americanos no ano passado, durante o trimestre do inverno, quando eu estava lecionando naquela faculdade, que tinham sido aqueles que haviam permanecido por mais tempo internados em campos de prisioneiros de guerra norte vietnamitas - cerca de sete anos. E então improvisamos um painel; e eles realmente confirmaram o que eu tinha dito em meu relatório sobre a experiência de campo de concentração, Man's Search for Meaning - eles a reconfirmaram em sua essência: que a orientação em direção ao futuro - em direção a uma tarefa, uma tarefa pessoal, que esteja lhes aguardando para ser realizada no futuro; ou alguma outra pessoa que eles estivessem amando, a ser encontrada novamente, a se reunirem novamente no futuro - isto foi o que decisivamente manteve essas pessoas vivas. A questão não foi apenas de sobrevivência, mas haver uma razão para a sobrevivência. A questão era sobreviver para quê ; a não ser que houvesse alguma coisa ou alguém, uma causa pessoal pela qual viver, a sobrevivência era altamente improvável.”


Penso que estar em um “Campo de concentração” seja o equivalente a estar em uma situação sem possibilidades factíveis de saída, paralelo a circunstância de receber a notícia de uma falência qualquer, de uma catástrofe coletiva ou pessoal.


Talvez possamos oferecer por nosso trabalho no Núcleo de Atenção Oncológica um “Campo de Descontração”. A libertação da sensação de aprisionamento a uma situação desesperadora, mesmo que momentânea, pode ser o sopro de ar fresco em direção à um novo sentido para vida. Mudança de ventos, mudança de rota de navegação.


Denise Vianna
Niterói, 14 de abril de 2013



Pensando a Terapia Expressiva


Pensar sobre as palavras é sempre um exercício gratificante e instigante. Indo-se ao dicionário, surpresas acontecem, como quando se pensa sobre o verbo pensar.
Pensar, intransitivamente, refere-se a formar ideias, refletir, raciocinar, tencionar, ter no pensamento.
Mas ao referir-se à algo ou alguém, assume  o sentido de imaginar, julgar, tratar convenientemente, dar penso a, fazer curativo (!).
É por isso que o título de nossa sessão não é “Pensando sobre a Terapia Expressiva”, mas sim “Pensando a Terapia Expressiva”.
Podemos filosofar à vontade, mas quando se objetiva esse pensamento passa-se a comunicar, interagir, objetivar, trocar, admitir consensos e dissensos. Cutucar a Terapia Expressiva para que ela permaneça viva, isso é curar: dar espaço de fluxo e de trocas.
A interação com a beleza alheia é muito mais beleza!



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